Pedro do Coutto
Das urnas do segundo turno das eleições municipais em grandes cidades, vão surgir as primeiras prévias para as eleições de 2014, envolvendo a presidência da República e os governos estaduais. Definido o quadro da cidade de São Paulo, evidenciam-se três realidades. A manutenção da força do PT de Dilma Rousseff e Lula, a ascensão do PSB de Eduardo Campos, vitorioso em Belo Horizonte com Mário Lacerda, com apoio total de Aécio Neves que se firma em Minas, e o declínio do PSDB de José Serra. Fernando Henrique Cardoso é também atingido pela derrota de seu correligionário, mas pelo fato de já haver lançado Aécio para enfrentar Dilma, mantém-se na superfície.
A derrota de Serra para Fernando Haddad reflete na posição de Geraldo Alckmin que daqui a dois anos busca a reeleição, provavelmente enfrentando a ministra Marta Suplicy, nome de maior densidade eleitoral do PT em São Paulo. Afinal de contas, ela terminou apoiando Fernando Haddad e assim se alinhando com o comando do ex-presidente Lula. Entretanto, já surgiram notícias na imprensa revelando que Lula pretende lançar o prefeito Luis Marinho.
Há outros nomes ganhando evidência, como o do governador Sérgio Cabral, no plano nacional, da ministra Gleisi Hoffman, no Paraná, do senador Lindberg Farias no estado do Rio de Janeiro.
Vamos ver o que as urnas revelam no final da noite.
O mensalão não teve influência, sequer as declarações de Marcos Valério que a Veja publicou sensibilizam o eleitorado. Figuras do PT foram atingidas, o Partido dos Trabalhadores não, como na semana que se encerra o professor Demétrio Magnoli publicou no Globo. Dilma e Lula muito menos. Em matéria de PT, inclusive, a única divergência pode ocorrer da parte de Lindberg Farias e sua corrente. Nos demais estados, impera a unidade. Tampouco poderia ser o contrário diante da alta aprovação popular da presidente da República.
A ascensão do governador Eduardo Campos é forte, mas não ao ponto de, hoje, suplantar a força do governo federal. Sua articulação atual e aproximação com Aécio Neves pode funcionar até como um lance para valorizar mais sua figura pessoal e também despertar maior atenção do Palácio do Planalto. Sem dúvida, ele é um sucesso. Mas não parece provável que chegue ao ponto de lhe proporcionar uma posição no primeiro plano político do país.
Poderá até concorrer à presidência da República, se Aécio disputar também, numa tentativa de levar o pleito para um segundo turno. Mas vamos conferir primeiro o que o voto nas urnas apresentarem. Há disputas apertadas, porém na capital paulista e em Curitiba, as pesquisas antecipam os resultados em favor de Haddad e Fruet. A política segue o seu curso. Como sempre.
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